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Meu músculo estressado? Saiba como reduzir níveis de estresse durante e após a prática de exercício

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Meu músculo estressado? Saiba como reduzir níveis de estresse durante e após a prática de exercício Empty Meu músculo estressado? Saiba como reduzir níveis de estresse durante e após a prática de exercício

Mensagem  cupertino Sex Mar 09, 2012 4:11 pm

Meu músculo estressado? Saiba como reduzir níveis de estresse durante e após a prática de exercício Ssss10


Meu músculo estressado? Saiba como reduzir níveis de estresse durante e após a prática de exercícios físicos

Quem nunca foi ao médico ou conversou com um amigo e chegaram à conclusão de que seu grande problema tem um nome muito comum: ESTRESSE – no bom e sonoro português! Então, se você desejar ser chique e ultramoderno, não diga que está sob estresse, e sim que está sob sobrecarga alostática. Alostase vem do grego allo (que significa variável) e stasis (que significa literalmente “condição de estar em pé”), e foi criado para indicar que diante de situações “difíceis”, nosso organismo busca respostas ótimas de modo dinâmico, permitindo variações que proporcionam uma nova condição fisiológica e adaptativa. Essa realidade não é só diagnosticada a nível neurofisiológico, mas também durante exercícios físicos através da liberação de cortisol que poderá comprometer resultados em atletas de alto rendimento podendo colocar tudo a perder nos períodos de antecedem às competições. Sei que você nem terminou de ler este artigo e já deve estar pensando: “e agora, como vou exterminar o cortisol do meu sistema endócrino?” Muita calma nessa hora! Antes de qualquer opinião formada, preciso lhe falar a respeito desse hormônio indispensável à vida.

O Cortisol é um hormônio produzido na supra-renal, uma glândula muito inteligente que participa na formação e secreção de diversas substâncias como catecolaminas, hormônios sexuais e aldosterona fundamentais para nossas funções vitais. Este hormônio, também conhecido como um glicocorticóide, glico porque participa do metabolismo da glicose e corticóide porque é produzido no córtex da adrenal, possui oito “períodos” distintos de secreção no corpo humano, entretanto, seu pico máximo se dá ao amanhecer por volta das oito horas para indivíduos com hábitos normais de sono e vigília. Suas outras funções incluem a manutenção do débito cardíaco, controle de reações inflamatórias, metabolismo de gorduras e de maneira mais resumida, seu principal papel se dá devido ao seu pico noturno que melhora a gliconeogênese, auxiliando a estabilidade metabólica durante o sono. Portanto, precisamos de cortisol todos os dias para nos mantermos vivos!

Entretanto, os níveis de cortisol podem se elevar por diferentes motivos, e o treinamento intenso é um deles levando o indivíduo a casos de estresse pós-treino, o que é de certo modo tido como normal, pois seu corpo está interpretando um estado de grande demanda energética. Neste caso, o cortisol passa a ser um hormônio estressor, hiperglicemiante, redutor de creatina quinase e gerador de resistência à insulina, péssimo, portanto para quem deseja benefícios da atividade física e desempenho quando está liberado numa concentração elevada, ou seja, acima do basal. O cortisol é tido como catabólico na medida em que tem um efeito oposto ao da testosterona, insulina e hormônio do crescimento (GH) podendo alterar o crescimento e a definição do tecido muscular. Também pode comprometer a integridade da memória e favorecer o desenvolvimento de osteoporose.

É importante termos conhecimento de métodos que podem minimizar os danos causados por este hormônio. Uma das melhores maneiras de evitar que o cortisol aumente, é ser disciplinado com a nutrição imediatamente seguida pós-treino. Desta forma, ofereça ao corpo o que ele necessita logo após a atividade física e assim, o processo de recuperação será acelerado, evitando que o cortisol alcance picos elevados. A ingestão de vitamina C, whey protein com carboidratos adequados são grandes ferramentas neste controle. A leucina é o único BCAA que provoca pico do nível de insulina, o que facilita a digestão dos carboidratos e desta forma, a insulina ajudará a suprimir o cortisol.

Não obstante, a intervenção farmacológica pode proporcionar excelentes resultados através da administração de determinadas substâncias sempre supervisionadas por um médico experiente. A aminoglutatimida, utilizada há décadas atrás e que já até ocasionou morte de um renomado fisiculturista, é um bloqueador de cortisol e não deve ser administrado ininterruptamente. É demonstrado que após um curto período de utilização ininterrupta deste fármaco o organismo reagirá à baixa produção de cortisol e irá liberar ACTH (adrenocorticóide). Com isso, o organismo retoma a produção normal de cortisol e a administração de aminoglutademida se torna inútil. A 11-beta-Hydroxysteroid Dehydrogenase que catalisa a conversão de Cortisol a Cortisona, conhecido como Mitotane também já foi bastante utilizada entre fisiculturistas, mas seus efeitos adversos podem ser irreversíveis. Outras classes de fármacos você poderá encontrar descritas na literatura, mas seus efeitos nunca influenciarão apenas os níveis de cortisol, e podem trazer efeitos indesejáveis ao tratamento.

Dentre as substâncias atualmente mais seguras encontram-se a fosfatidilserina (FS). A dose pode ser variada sendo relatada como um suplemento eficaz no combate ao estresse induzido pelo exercício por bloqueio do aumento nos níveis de cortisol, aumento da recuperação pós-exercício, diminuição da dor muscular, bem como melhoria do bem-estar, além de possuir propriedades ergogênicas. A FS pode ser encontrada na carne, mas é mais abundante no cérebro e em vísceras como fígado e rim. Pequenas quantidades podem ser encontradas em produtos lácteos e é mais abundante na gema do ovo e na soja. Estudos têm relatado que a associação de fosfatidilserina e fosfatidilcolina três vezes ao dia pode bloquear o aumento do cortisol. A FS resumidamente se transforma em fosfatidilcolina (FC), fosfolipídio presente em maior concentração nas membranas musculares e cerebrais, facilitando a entrada de colina nas células destes órgãos, induzindo a maior formação de acetilcolina, neurotransmissor determinante da atividade muscular, reflexo e percepção de espaço. Portanto, a presença de serina, mais colina mais piridoxina (B6) é fundamental para estas atividades em geral. Além da FC, a associação com inositol também parece ser útil. Inositol é base de inúmeros sinalizadores celulares e mensageiros secundários, estando envolvido em vários processos biológicos, tais como: montagem do citoesqueleto, controle da concentração intracelular do íon Ca2+, manutenção do potencial de membrana das células, modulador da atividade da insulina, quebra de gorduras e redução dos níveis de colesterol no sangue. É importante lembrar que a administração elevada de FS pode dar origem a ceramidas, que em alta concentração podem levar a resistência á insulina intramuscular. Em relação à FC, há relatos de que a formação de diacilglicerol por ação de fosfolipase C ou D pode induzir diabetes, câncer, agregação palquetária e aterosclerose, além de causar distúrbios gastrointestinais como náuseas e indigestão.

Por último, gostaria de ressaltar que o controle do cortisol em atletas deve ser supervisionado e bem orientado por profissional gabaritado, afim de que danos irreversíveis sejam evitados pois como já mencionado, o cortisol é um hormônio essencial a vida de qualquer ser humano, seja ela atleta ou não.

Mente sã..corpo são! Corpo são..mente sã! Dra. Tatiany Faria



Dra. Tatiany de Faria
Universidade Federal de Santa Catarina
Centro de Ciências Biológicas (CCB)
Programa de Pos-graduação em Biotecnologia
Laboratório de Imunofarmacologia e Doenças Infecciosas (LIDI)
Rua João Pio Duarte Silva, S/N, Córrego Grande Bloco “D” primeiro andar – Campus Trindade Florianópolis-SC-88040-900
tatianyfaria@ccb.ufsc.br
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